sexta-feira, 1 de julho de 2011

Os mitos dos transtornos alimentares


Conheça algumas ideias equivocadas sobre doenças como bulimia e anorexia


Os transtornos alimentares são caracterizados por alterações doentias do comportamento em relação aos alimentos e à alimentação.
Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o problema é mais comum em mulheres, e pode afetar entre 1% e 4% da população feminina mundial ao longo da vida. Uma estatística que pode pular para 15% se contados os casos menos intensos – que não preenchem os critérios clássicos da doença – marcados pela adoção apenas eventual de laxantes, diuréticos, moderadores de apetite, dietas malucas, vômito induzido e prática compulsiva de exercícios físicos.

Parte dos casos menos intensos, infelizmente, evolui para um dos três transtornos alimentares mais frequentes: a anorexia, a bulimia ou a compulsão por comida. Em comum, além do elevado risco de morte, portadores destes transtornos compartilham uma intensa preocupação com o peso e uma imagem distorcida do próprio corpo.

Na cartilha com informações e orientações sobre transtornos alimentares, a Associação Nacional de Distúrbios Alimentares (NEDA), dos Estados Unidos, esclarece mitos sobre este grupo de doenças. Veja a seguir os principais.

Parar de comer ou provocar vômitos são escolhas pessoais

As pessoas não optam por desenvolver transtornos alimentares. Bulimia, anorexia e compulsão por comida são doenças que se desenvolvem ao longo de um período de tempo e requerem tratamento apropriado.

Transtornos alimentares só afetam mulheres
O problema também afeta homens. Embora existam poucos dados estatísticos sobre o perfil masculino dos transtornos alimentares, aproximadamente 25% dos diagnósticos de anorexia são feitos em meninos, por exemplo.

Homens com transtornos alimentares tendem a ser gays

As preferências sexuais não têm correlação alguma com o desenvolvimento de transtornos alimentares.

Anorexia é o transtorno alimentar mais grave

Todos os transtornos alimentares podem ter consequências físicas e psicológicas. Embora a perda de peso excessiva seja uma característica da anorexia, efeitos nocivos de outros transtornos alimentares podem ameaçar a vida – como a desidratação aguda provocada pelo vômito induzido da bulimia.

Ninguém morre de bulimia

Apesar das taxas de morte por bulimia serem menores do que as por anorexia, os portadores da primeira têm risco aumentado de morte súbita por conta dos vômitos induzidos – eles interferem no equilíbrio entre a água e os sais minerais do corpo – e também pelo uso frequente de laxantes e diuréticos.

Fazer dieta é um comportamento normal da adolescência

É fato que a preocupação com a alimentação e com o próprio corpo virou um comportamento “normal” da vida adolescente no mundo ocidental. No entanto, dar atenção excessiva a essas duas coisas pode aumentar o risco de desenvolvimento de transtornos alimentares. Monitorar qualquer dieta do adolescente e estimular uma alimentação com foco na saúde, no bem-estar e em uma imagem corporal saudável é o melhor caminho.

Pessoas com anorexia nunca comem

A maioria dos anoréxicos come. Entretanto, pessoas com a doença tendem a comer porções muito pequenas, alimentos com poucas calorias ou combinações estranhas entre alimentos. Alguns podem comer chocolates no café da manhã e não comer mais nada no resto do dia. Outros podem comer uma folha de alface com mostarda a cada duas horas. Os comportamentos alimentares da anorexia são muito individuais. A cessação total da alimentação é algo muito raro de acontecer, mas pode causar desnutrição e morte em apenas algumas semanas.

Transtornos alimentares estão relacionados apenas com aparência e beleza

Doenças como anorexia e bulimia são problemas mentais e têm muito pouco a ver com aparência ou beleza. Isso é evidenciado pela continuação do problema mesmo depois que a pessoa alcança a meta inicial de peso. Transtornos alimentares normalmente estão associados a questões como controle e autoestima baixos, e frequentemente existem como parte de transtornos mentais maiores, como depressão, ansiedade ou transtorno obsessivo compulsivo (TOC).

Menores de 15 anos não têm transtornos alimentares

Em geral, a anorexia é um transtorno que raramente tem início antes da puberdade. Já a bulimia é mais comumente detectada do final da adolescência até os 20 anos ou mais. Ainda assim, as duas doenças já foram diagnosticadas em crianças de sete e oito anos.

É impossível ter dois transtornos alimentares ao mesmo tempo

A associação de dois transtornos é comum. Alguns indivíduos vêm e vão entre a anorexia e a bulimia. Metade dos anoréxicos se transforma em bulímico ao longo da doença.

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